Pequi sem espinhos é lançada no mercado brasileiro

É a primeira vez que estão sendo lançadas cultivares de uma fruteira nativa arbórea perene do Cerrad
Por Redação
Foto: Fabiano Bastos/ embrapa
Os novos materiais alinham produtividade e qualidade de polpa elevada

A Embrapa Cerrados e a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária ( Emater-GO ) lançaram, no dia 9 de novembro, em Goiânia (GO), seis cultivares de pequi–  três com espinhos no endocarpo (caroço) e três sem espinhos. É a primeira vez que estão sendo lançadas cultivares de uma fruteira nativa arbórea perene do Cerrado. Os novos materiais alinham produtividade e qualidade de polpa elevada, atendem às necessidades de agroindústrias e de consumidores e conseguem para a preservação da espécie.

“Chegamos a esse resultado com muito trabalho, esforço, ciência e tecnologia”, afirma o pesquisador  Ailton Pereira , da Embrapa Cerrados . Foram 25 anos de pesquisa e de trabalho em parceria, atendidos pelas duas instituições, com a participação também de produtores ( confira abaixo o histórico da pesquisa ).

As cultivares foram registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ( Mapa ) para cultivo em pequena escala na região de Goiânia e em outros locais com condições edafoclimáticas semelhantes, mediante estimativas prévias. A partir de agora, os produtores rurais poderão plantar o pequizeiro em pomares comerciais, utilizando um sistema adequado de produção, com garantia de uniformidade, qualidade, precocidade e produtividade.

Diversificação genética

“Estamos lançando seis cultivares ao mesmo tempo pela necessidade de diversificação genética da plantação”, explicou Pereira. Segundo ele, o objetivo é favorecer a fecundação cruzada e o aumento da produção de frutos. “Trata-se também de uma medida preventiva contra doenças futuras ou infecções. É uma estratégia que deve ser adotada para minimizar o risco fitossanitário”, alerta.

Com o lançamento de variedades sem espinhos, o consumo desse fruto de aroma e sabor marcantes e que faz parte da culinária e da cultura regional, principalmente dos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins e do Distrito Federal, deve aumentar, na opinião do pesquisador . Além de evitar acidentes ao consumir e manusear o produto, essa característica favorece a mecanização do processo de recebimento da polpa e facilita o acesso à amêndoa. “Outra vantagem do pequi sem espinhos é que a polpa dele possui sabor mais suave o que, com certeza, vai agradar ao público que hoje tem resistência ou mesmo rejeita consumir o fruto”, acredita.

Árvore símbolo do Cerrado

Frutífera nativa do Cerrado, o pequizeiro ( Caryocar brasiliense  Camb.) é uma árvore símbolo do bioma. Encontra-se em quase toda a Região Centro-Oeste do Brasil e em parte das Regiões Sudeste, Norte e Nordeste do País. O pequizeiro é uma espécie arbórea e pertence à família Caryocaraceae. A frutificação ocorre entre os meses de outubro a março e sua colheita é feita quando os frutos maduros caem no chão.

Muitas famílias, especialmente de pequenos agricultores, recebiam renda a partir da cesta dos frutos que são colhidos no campo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ), a herança do pequi no Brasil em 2021 foi de mais de 74 mil toneladas, sendo Minas Gerais o estado responsável por mais da metade da produção nacional. Esses números, no entanto, podem ser ainda maiores, uma vez que a maior parte da distribuição do fruto ocorre no mercado informal.

Fonte: Embrapa

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