Pesquisa desenvolve variedade de cebola com maior durabilidade pós-colheita
A BRS Prima foi desenvolvida pela Embrapa Clima Temperado (RS) e Embrapa Hortaliças (DF)Uma nova cultivar de cebola desenvolvida pela pesquisa da Embrapa se destaca, principalmente, pela resistência do bulbo após a colheita, garantindo maior durabilidade e oferta nos períodos de entressafra. A BRS Prima foi desenvolvida pela Embrapa Clima Temperado (RS) e pela Embrapa Hortaliças (DF), e será lançada oficialmente no dia 8 de junho, durante Reunião Técnica da Cebola, no município gaúcho de São José do Norte, principal região produtora no estado e berço da cebolicultura no País.
A maior durabilidade ocorre pela alta retenção e pela espessura grossa das escamas (casca), fator que protege os bulbos de fungos e bactérias e fornece maior tolerância ao armazenamento e ao transporte. A durabilidade pós-colheita também é importante para garantir escalonamento da comercialização ao produtor, que pode aguardar e contornar momentos de baixo preço em safras com volume de produção acima das expectativas.
“Na nossa região há uma janela, no período de entressafra, entre março e junho. Uma cebola como a BRS Prima, com uma boa capacidade de armazenamento, o agricultor consegue vender no período de entressafra e com isso consegue melhores preços. Por isso, ela vem ajudar”, avalia Daniela Leite, pesquisadora da Embrapa responsável pelo desenvolvimento do material.
A nova cultivar ainda apresenta alto percentual de bulbos de padrão comercial, de preferência dos consumidores: coloração amarelo-avermelhada e formato globular. Essas características garantem competitividade em relação às demais cultivares plantadas na mesma região e garantindo mercado ao produtor de cebola da região Sul do Brasil, tanto da agricultura familiar como do agronegócio.
Desempenho no campo
Agronomicamente, a BRS Prima apresenta resistência a doenças foliares, devido à alta cerosidade das folhas. “Isso representa menor uso de químicos na lavoura. Inclusive, a BRS Prima já foi validada para produção orgânica. Então, é benéfica ao meio ambiente e para o ser humano também”, acrescenta a pesquisadora.
Com relação ao desempenho, a cultivar apresenta alto potencial produtivo, com estabilidade de produção. A produtividade média é de 44,1 toneladas por hectare, com pico de 57,9 toneladas por hectare em avaliações no município gaúcho de Rio Grande. O cultivo da nova variedade é indicado para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde o material foi testado e validado.
Fonte: Embrapa