Pilotos e comissários de vôo decretam greve nacional a partir do dia 19

Decisão ocorreu durante assembléia realizada nesta quinta-feira (15)
Por Redação
Foto: ascom Ceará.gov
Foto Ilustrativa

Em assembleia realizada nesta quinta-feira (15), pilotos e comissários de vôo do país deliberaram por aprovar a deflagração de uma greve com início no dia 19 de dezembro de 2022. A informação foi divulgada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas-SNA.

De acordo com o SNA, durante a greve as pausas serão das 6h às 8h e ocorrerão somente nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza, por tempo indeterminado.

Segundo nota emitida pelo SNA, "em respeito à sociedade e aos usuários do sistema de transporte aéreo, os aeronautas farão a paralisação somente por duas horas, sendo assim todas as decolagens iniciarão após às 8h. No entanto, todos os voos com órgãos para transplante, enfermos a bordo, e vacinas, não serão paralisados".

A principal pauta reivindicada pela classe é a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. De acordo com os aeronautas, não houve recomposição das perdas inflacionárias, além de ganho real, tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas. Reivindicam ainda, melhorias nas condições de trabalho como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de vôos.

Por não haver respostas por parte das empresas aéreas, desde o início das negociações decidiu-se pela greve.

A primeira proposta do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), rejeitada com quase 90% dos votos, atrelava o reajuste salarial pelo INPC à pauta de interesse patronal, como a venda voluntária de folga e a utilização dos dias destinados à ensino a distância para programação de voo.

Na segunda proposta, também rejeitada pelos aeronautas, as empresas admitem conceder o reajuste pelo INPC em todos os itens econômicos, exceto diárias internacionais, além de assegurarem o serviço de hotelaria quando, na execução de escala, os limites de tempo em solo forem excedidos. Também especificaram regramento para antecipação do Passe Livre e propuseram a utilização de sábados, domingos e feriados para o início do gozo das férias. No entanto, os tripulantes entenderam que esta proposta não atende às expectativas e pouco versa sobre a pauta da categoria.

É importante destacar que as próprias empresas apontam em seus informes ao mercado, assim como também demonstram notícias publicadas na imprensa, que o setor aéreo vem se recuperando aceleradamente, com lucros maiores do que os do período pré-pandemia. Além disso, a procura por passagens aéreas aumentou e os preços impostos aos passageiros subiram drasticamente.

No entanto, as empresas continuam intransigentes, se recusando a conceder uma remuneração mais digna aos tripulantes, além de propor que pilotos e comissários trabalhem mais horas.

Os pilotos e comissários de voo do Brasil contam com a compreensão da sociedade e com o bom senso das companhias aéreas para evitar transtornos.

*Com informações do SNA

Fonte: Sindicato Nacional dos Aeronautas

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