Índice de Preços ao Produtor (IPP) cresce 0,56% em fevereiro
Informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo IBGEEm fevereiro de 2022, os preços da indústria cresceram 0,56% frente a janeiro, número inferior ao da comparação entre janeiro/2022 e dezembro/2021 (1,20%).
Em fevereiro, o preço de 15 das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram variações positivas ante o mês imediatamente anterior.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).
Em fevereiro de 2022, os preços das indústrias extrativas e de transformação – IPP variaram, em média, 0,56% quando comparados aos de Janeiro de 2022, número inferior ao da comparação entre janeiro/2022 e dezembro/2021 (1,20%).
Em fevereiro de 2022, 15 das 24 atividades industriais investigadas apresentaram variações positivas de preço ante o mês imediatamente anterior, seguindo o sinal da variação no índice da indústria geral. Em janeiro, foram 18.
As quatro atividades com maiores variações, em termos absolutos, em fevereiro: indústrias extrativas (8,34%); fumo (-2,92%); madeira (-2,73%); e metalurgia (-2,55%).
Indústrias extrativas foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, sendo responsável por 0,44 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de 0,56% da indústria geral. Outras atividades que também sobressaíram foram refino de petróleo e biocombustíveis, com 0,19 p.p. de influência, metalurgia (-0,18 p.p.) e alimentos (0,16 p.p.).
Com as variações de preço de fevereiro, o indicador acumulado no ano atingiu variação de 1,77%. Em 2021, a taxa acumulada até o mês de fevereiro havia sido de 8,88%. O valor da taxa acumulada no ano até este mês de referência é o terceiro maior já registrado para um mês de fevereiro desde o início da série histórica, em 2014.
Entre as atividades que, em fevereiro/2022, tiveram maiores variações no acumulado no ano, estão: indústrias extrativas (18,68%), bebidas (4,90%), fumo (-4,39%) e impressão (4,04%). Já as principais influências foram indústrias extrativas, 0,91 p.p.; refino de petróleo e biocombustíveis, 0,44 p.p.; metalurgia, -0,29 p.p.; e veículos automotores, 0,17 p.p.
A variação acumulada dos últimos 12 meses foi de 20,05% neste mês de referência. No mês antecedente (janeiro/2022), este mesmo indicador havia registrado taxa de 25,53%.
Os setores com as quatro maiores variações de preços foram: refino de petróleo e biocombustíveis (49,47%); outros produtos químicos (41,85%); madeira (29,41%); e produtos de metal (26,59%). Os setores de maior influência foram: refino de petróleo e biocombustíveis (4,52 p.p.); alimentos (3,90 p.p.); outros produtos químicos (3,54 p.p.); e metalurgia (1,29 p.p.).
Entre as Grandes Categorias Econômicas, a variação de preços de fevereiro de 2022 frente a janeiro de 2022 repercutiu da seguinte maneira: 0,64% de variação em bens de capital; 0,50% em bens intermediários; e 0,65% em bens de consumo, sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis foi de 0,15%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis foi de 0,75%.
A principal influência dentre as Grandes Categorias Econômicas foi exercida por bens intermediários, cujo peso na composição do índice geral foi de 58,94% e respondeu por 0,30 p.p. da variação de 0,56% nas indústrias extrativas e de transformação. Completam a lista, bens de consumo, com influência de 0,22 p.p. e bens de capital com 0,04 p.p..
A variação acumulada no ano das Grandes Categorias Econômicas chegou a: 3,20%, no caso de bens de capital; 2,26% em bens intermediários; e 0,63% em bens de consumo - sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 1,31%, enquanto que bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 0,50%.
Em termos de influência no acumulado no ano, bens de capital foi responsável por 0,22 p.p. dos 1,77% verificados na indústria geral até fevereiro deste ano. Bens intermediários, por seu turno, respondeu por 1,33 p.p., enquanto que bens de consumo exerceu influência de 0,22 p.p., influência que se divide em 0,07 p.p. devidos às variações nos preços de bens de consumo duráveis e 0,15 p.p. pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
No indicador acumulado dos últimos 12 meses entre as Grandes Categorias Econômicas, a variação de preços de bens de capital foi de 19,88% em fevereiro/2022. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram 22,06% neste intervalo de um ano e a variação em bens de consumo foi de 16,76%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 13,22% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 17,47%.
No que diz respeito às influências no resultado dos últimos 12 meses entre as Grandes Categorias Econômicas, com peso de 58,94% no cálculo do índice geral, bens intermediários foi responsável por 12,79 p.p. dos 20,05% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de fevereiro de 2022, houve, ainda, influência de 5,88 p.p. de bens de consumo e de 1,38 p.p. de bens de capital.
No mês de fevereiro, destacaram-se os seguintes setores:
Indústrias extrativas: os preços das indústrias extrativas tiveram variação de 8,34%, em média, com o que o acumulado no ano chegou a 18,68%. Na comparação anual, os preços de fevereiro de 2022 foram, em média, 5,73% menores que os de fevereiro de 2021. Nesse ponto, vale observar que a maior taxa mensal da série iniciada em janeiro de 2014 foi justamente a de fevereiro de 2021 (27,91%), portanto, está se comparando os dados mais recentes com uma base alta. A última taxa negativa no acumulado em 12 meses havia sido a de maio de 2020 (-3,04%).O setor é destaque devido ao fato de ser a maior variação observada tanto no indicador mensal, quanto no acumulado no ano, assim como foi a maior influência nestes dois indicadores: 0,44 p.p., em 0,56% (indicador mensal), e 0,91 p.p., em 1,77% (acumulado no ano).
Alimentos: em fevereiro, a variação dos preços do setor voltou ao patamar positivo. Depois de ter recuado em 0,19%, avançaram 0,70%, com o que o acumulado no ano ficou em 0,51%. Em 12 meses, o resultado de 16,09% é um recuo em relação ao de janeiro (16,69%), que por sua vez era um recuo em relação ao fechamento de 2021 (18,66%).
O destaque deveu-se à influência, tanto no indicador mensal (a quarta, 0,16 p.p., em 0,56%, a variação média dos preços das 24 atividades industriais levantadas) como no acumulado em 12 meses (a segunda, 3,90 p.p., em 20,05%). Alimentos é o setor de maior peso na indústria, em fevereiro, com 23,44%.
Um ponto a ser considerado na análise dos movimentos de preços dos produtos alimentares é a taxa de câmbio, uma vez que muitos dos produtos listados como destaque em termos de influência são exportados. Em fevereiro frente a janeiro, o real teve uma apreciação frente ao dólar de 6,1%, a maior desde junho de 2020 (7,9%), uma pressão de baixa. Na contramão dessa tendência, aparecerem os derivados de soja, que enfrentaram uma queda da oferta (por questões climáticas) em momento de aquecimento da demanda mundial.
Refino de petróleo e biocombustíveis: em fevereiro, os preços do setor variaram 1,70% em relação aos de janeiro, com o que a variação no primeiro bimestre chegou a 3,97%. Em relação a fevereiro de 2021, a variação foi de 49,47%, que, apesar de ser a mais alta entre as 24 séries da indústria, está 15,31 p.p. abaixo da observada em janeiro. Vale observar que fevereiro de 2021 foi a terceira maior variação mensal (12,12%), perdendo para junho de 2020 (17,16%) e março de 2021 (16,68%). Assim, o resultado de fevereiro de 2022 contra fevereiro de 2021 está influenciado pela base de comparação alta.
O setor é destaque por apresentar a variação mais intensa no acumulado em 12 meses, foi ainda a segunda maior influência tanto no indicador mensal (0,19 p.p., em 0,56%) quanto no acumulado no ano (0,44 p.p., em 1,77%) e a primeira no acumulado em 12 meses (4,52 p.p., em 20,05%).
Outros produtos químicos: a indústria química apresentou variação de -0,94%, o primeiro valor negativo desde maio de 2021, quando a variação chegou a -0,47%. Os resultados observados estão ligados principalmente aos preços internacionais, lembrando que a variação do dólar em relação ao real, em fevereiro, foi de -6,1% e no acumulado do ano de -8,1%.
Os maiores responsáveis pelo resultado no mês são os produtos do grupo “fabricação de resinas e elastômeros”, com -7,42%. Este resultado negativo sobrepôs à variação positiva de 0,82% do grupo “fabricação de produtos químicos inorgânicos” e de 2,53% do grupo de “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”.
Desta forma, o acumulado no ano ficou em -0,75%, havendo o mesmo comportamento dos grupos anteriormente descritos, sendo que “fabricação de resinas e elastômeros” ficou com -10,60%, enquanto que “fabricação de produtos químicos inorgânicos” e “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários” ficaram, respectivamente, com 1,02% e 11,06%.
Já em relação ao resultado dos últimos 12 meses, o grande destaque ficou por conta do grupo de químicos inorgânicos, mais especificamente com os aumentos de preços acumulados de adubos/fertilizantes, com as causas concentradas nos valores dos insumos devido a menor produção de fertilizantes no mercado externo. A variação de preços, neste grupo, foi de 92,94%, contribuindo significativamente para a variação em 12 meses de 41,85%.
Já o grupo de “fabricação de resinas e elastômeros” apresentou uma variação de 6,15% em 12 meses, menor valor deste índice desde junho de 2020 quando chegou a 0,67%. Por fim, em “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”, o resultado foi de 27,93%, valor que foi o segundo mais alto em toda a série, atrás apenas do acumulado do mês passado, que foi de 28,80%.
Metalurgia: a variação de preços da atividade foi de -2,55%, quarta negativa seguida, após uma série de 16 variações positivas. Com este resultado, o setor de metalurgia acumulou uma variação de -3,98% no ano e de 18,71% em 12 meses. Vale destacar que, entre dezembro de 2018 (base da amostra atual) e fevereiro de 2022, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 79,85%, inferior a observada nas indústrias extrativas 113,66, atividade na qual aparece minério de ferro, principal matéria-prima do aço.
Os resultados do setor estão ligados aos dos grupos siderúrgicos (os produtos de aço) e do grupo de materiais não ferrosos (cobre, ouro e alumínio), que têm comportamentos de preços distintos. O siderúrgico é afetado pela recomposição de estoques na cadeia consumidora, pelos preços de minério de ferro, que tem apresentado uma recuperação nos últimos meses, mas ainda assim com uma variação acumulada negativa nos últimos 12 meses. Além disso deve ser considerada a valorização do real frente ao dólar de 6,1% em fevereiro; de 8,1% no ano e de 4,1% nos últimos 12 meses. Em relação ao segundo grupo – materiais não ferrosos – os valores costumam apresentar seus resultados ligados às cotações das bolsas internacionais.
Considerando os grupos econômicos da atividade, o siderúrgico apresentou pela quinta vez seguida uma variação negativa, desta vez em -4,08%, acumulando desta forma -5,98% no ano e 17,82% nos últimos 12 meses.
O setor metalúrgico se destacou, na comparação com as 24 atividades da pesquisa, por ter a quarta maior variação em módulo no mês, além da terceira maior influência de preços no mês (-0,18 p.p. em 0,56%), mesma posição na influência do ano (-0,29% em 1,77%) e a quarta influência no acumulado em 12 meses (1,29 p.p. em 20,05%).
Veículos automotores: em fevereiro, a variação observada no setor foi de 0,28%. Este foi o 20º resultado positivo consecutivo neste indicador. Com isso o setor acumula uma variação de 2,55%. E a variação acumulada nos últimos 12 meses apresentou um aumento de 14,79%, abaixo dos 15,94% observados em janeiro, que também havia sido o maior resultado da série para este indicador.
A atividade de veículos automotores se destacou, dentre todos os setores analisados na pesquisa, por apresentar a quarta maior influência no resultado acumulado no ano, com 0,17 p.p. em 1,77% da Indústria Geral.
O grupo econômico analisado da atividade, “fabricação de automóveis, camionetas e utilitários”, apresentou, em fevereiro, variação de 0,02% na comparação com janeiro. Assim como ocorre no setor, esse é o 20º resultado positivo consecutivo nesse indicador. Além disso, o grupo acumula, no primeiro bimestre de 2022, uma variação de 1,81%, ao passo que, nos últimos 12 meses, apresenta um resultado de 11,91%. Vale destacar que todos esses resultados estão abaixo da média do setor.
Fonte: IBGE