Estudo com AstraZeneca reforça importância da dose de reforço

Pesquisa mostra a diminuição da proteção vacinal com o tempo e com o surgimento de novas variantes.
Por Redação
Foto: grandepiaui.com

Uma pesquisa feita com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e publicada na revista científica The Lancet nesta segunda-feira 20, indica que há a necessidade de uma dose de reforço da vacina AstraZeneca após o esquema vacinal completo. O estudo envolvendo Brasil e Escócia, mostra a diminuição da proteção vacinal com o passar do tempo e diante do surgimento de novas variantes.

A avaliação, feita em um momento de grande circulação de variantes de preocupação e do surgimento da Ômicron, reforça a importância da vigilância da dinâmica da pandemia. O acompanhamento, que está sendo feito pelo mesmo grupo, reforça também os grandes benefícios observados na vacinação no Brasil, onde o imunizante Astrazeneca foi o mais utilizado até o momento com evidência de uma alta efetividade. 

“As vacinas são muito protetoras, mas em geral a proteção diminui com o tempo, e isso não ocorre somente com os imunizantes contra a Covid-19. No caso da Influenza, a imunização dura um ano ou menos. Descobrir qual é a duração da proteção ajuda a planejar melhor”, explica Manoel Barral Netto, pesquisador da Fiocruz Bahia e que participa da pesquisa. 

O estudo aponta uma queda da efetividade da vacina de cerca de três vezes por volta do quarto mês quando comparado ao período de proteção máxima. Os dados de Brasil e Escócia puderam ser comparados porque os dois adotam o mesmo intervalo entre as doses, 12 semanas. As conclusões foram semelhantes.  

 “As descobertas têm implicações importantes para a política de vacinação. Em combinação com os dados imunológicos e de ensaios emergentes sugerindo que a efetividade da vacina diminui com o tempo após a segunda dose, nossas descobertas destacam a necessidade de considerar o fornecimento de doses de reforço. Outras evidências em apoio às doses de reforço vêm de dados do mundo real em Israel, que descobriu que o reforço de BNT162b2 (Pfizer) [após duas doses da mesma vacina] foi associado à redução da forma grave da Covid-19", diz o estudo. 

“Vemos que algumas pessoas não têm procurado a dose de reforço aqui no Brasil. É preciso insistir nisso, ainda mais num momento em que surge a Ômicron. As pesquisas sobre a Ômicron ainda estão no início, mas sabemos que uma dose de reforço tem sido capaz de proteger contra as variantes que têm surgido”, destaca Barral. 

Fonte: Fiocruz

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