Conflito em Israel não é a única guerra em curso no mundo; saiba mais

 Atualmente o mundo está chocado com a morte de milhares de pessoas no conflito Israel-Palestina, que eclodiu em 7 de outubro deste ano, no oriente médio. A guerra na Ucrânia completará dois anos em fevereiro próximo, mas será que estes dois conflitos são as únicas guerras em curso no mundo atualmete?

Quais são as grandes guerras ocorrendo no mundo atualmente — e por que algumas chamam menos atenção?

De acordo com dados do Uppsala Conflict Data Program (UCDP), um projeto sueco que pesquisa, organiza e publica dados verificados sobre conflitos, existem pelo menos sete conflitos armados em grande escala acontecendo neste momento em: Burkina Faso, Somália, Sudão, Iêmem, Mianmar, Nigéria e Síria totalizando nove guerras em curso em todo o globo terrestre.

Segundo o UCDP, para ser considerado uma guerra o conflito deve ter pelo menos mil mortes em batalha durante o período de um ano.

Muitas destas guerras e conflitos, no entanto, não ganham atenção ao redor do mundo, mesmo com índices altos de mortes e destruição, isso porque há vários fatores que determinam se uma guerra ganhará mais ou menos visibilidade internacional, entre os principais está o risco de se espalharem e atraírem outros países, incluindo grandes potências nucleares, como é o caso das duas guerras mais discutidas da atualidade: Israel x Hamas e Rússia x Ucrânia.

A falta de visibilidade de guerras e conflitos, como explicam especialistas, pode afetar diretamente o seu desenvolvimento e a pressão por cessar-fogo, corredores humanitários ou envio de comida e remédios, por exemplo.

Guerras em curso

O ano de 2022 é considerado o mais mortal por conflitos desde o genocídio de Ruanda, em 1994, com um total de 237 mil mortes, de acordo com informações do Journal of Peace Research, publicado em Oslo, na Noruega.

O aumento brusco registrado ano passado ocorreu devido às duas guerras particularmente violentas: Rússia e Ucrânia e a guerra na Etiópia contra a TPLF (Frente de Libertação do Povo Tigray), com mais de 81.500 e 101.000 vítimas fatais respectivamente, até o fim do ano.

A guerra civil no Iêmem, que segundo a ONU já causou mais de 300 mil mortes desde seu início em 2014, também continua sem horizonte visível para seu fim.

Ainda de acordo com a ONU, metade das mortes naquele país foram causadas diretamente pelo conflito armado, enquanto que a outra metade ocorreram em consequência da fome e de doenças causadas pela crise humanitária em larga escala.

Veja a seguir quais são as principais guerras em curso no mundo:

Brukina Faso- Desde 2016, Burkina Faso é palco de confrontos violentos entre forças armadas do governo e grupos islâmicos insurgentes como o Ansarul Islam, ligado à Al Qaeda, e ao Estado Islâmico no Sahel (ISS).

Somália- A guerra civil da Somália se intensificou na primeira década dos anos 2000 com a ascensão do Al Shabaab, aliada da Al Qaeda, lutando contra forças do governo apoiadas da União Africana.

Sudão- A agência da ONU para os refugiados diz que uma crise humanitária “inimaginável” está se desenrolando no Sudão. Quase seis milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas desde o início da guerra, em abril deste ano.

Mianmar- Um golpe militar em 2021 e a consequente repressão a manifestantes contrários ao novo regime foram o ponto de partida para a escalada da violência no país do sudeste asiático.

Rússia-Ucrânia Em fevereiro de 2022, a Rússia lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia, criando um novo fluxo de milhões de refugiados e dezenas de milhares de mortos entre civis e militares. A ONU confirmou formalmente 9,9 mil civis mortos, mas disse que “o número real é certamente maior”.

Israel-Gaza O grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou em 7 de outubro um ataque surpresa a Israel, matando mais de 1.400 pessoas e capturando mais de 200 reféns.

Nigéria e Síria- Conflitos internos distintos nestes dois países estão próximos de atingir a marca de 1.000 mortos em combates, respectivamente, os classificando guerras, segundo critérios do Uppsala Conflict Data Program (UCDP).

*com informações do site bbc news