Pelo menos 18 mil pessoas morreram ou ficaram feridas em 11 meses de conflito

Na terça-feira 24 de janeiro marcou 11 meses após a invasão da Rússia à Ucrânia.
Por Redação
Foto: WHO/Anastasia Vlasova
Um homem remove detritos ao redor de um prédio residencial em Kiev, na Ucrânia.

Em 24 de janeiro marcou 11 meses após a invasão da Rússia à Ucrânia. O conflito gerou pelo menos 18.483 vítimas: 7.068 mortos e 11.415 feridos, segundo o Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Já o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, registrou um aumento de seis vezes no número de pessoas precisando de auxílio básico: de pouco menos de 3 milhões em início de 2022 para os cerca de 18 milhões.

Problema de segurança alimentar

No meio rural, uma em cada quatro famílias reduziu ou interrompeu a produção agrícola, segundo da Organização da ONU para Alimentação e Agricultura, FAO. Mais de um terço vive em distritos com que a agência tem contato. O resultado foi o problema de insegurança alimentar para a população local.

As exportações de cereais caíram quase 30% em 2022/2023. A agência da ONU precisa de US$ 205 milhões para restaurar a segurança alimentar e a autossuficiência de 500 mil famílias do campo, na linha de frente ou em áreas fortemente impactadas pelo conflito.

Outras intervenções incluem a restauração da produção e de cadeias de valor, além do reforço dos serviços críticos do sistema agroalimentar.

Crianças com educação interrompida

Mais de 5 milhões de crianças tiveram o ensino interrompido nos 11 meses da guerra. O Fundo da ONU para Infância, Unicef, pede maior apoio para garantir a continuidade da educação.

A agência destaca que o impacto do conflito piora o cenário dos dois anos perdidos devido à pandemia e mais de oito anos de guerra que tiveram impacto no ensino dos menores do leste do país.

A diretora regional do Unicef para a Europa e Ásia Central, Afshan Khan, contou que as escolas fornecem uma sensação crucial de estrutura e segurança para as crianças. Os efeitos da perda do aprendizado podem durar por toda a vida.

Ela disse que “não há botão de pausa” e nem é opção adiar a educação das crianças e retomá-la depois de abordar outras prioridades, sem colocar em risco o futuro de uma geração inteira.

Uso de explosivos na guerra

Khan cita a destruição de milhares de escolas, pré-escolas e outras instalações educacionais devido ao uso de explosivos na guerra, inclusive em áreas povoadas.

Por recear pela segurança dos menores, muitos pais e cuidadores relutam em mandá-las para a escola. A ação do Unicef junto ao governo visa ajudar as crianças a voltarem a aprender em salas de aula, quando forem consideradas seguras, e por meio de alternativas on-line ou baseadas na comunidade.

O aprendizado online envolve 2 milhões de crianças e 1,3 milhão delas se beneficiam da combinação de aprendizado presencial e on-line. Mas ataques recentes limitaram a eletricidade e outras infraestruturas de energia causando cortes generalizados que também afetaram a educação.

O resultado é que quase todas as crianças na Ucrânia ficaram sem acesso contínuo à corrente elétrica e até mesmo assistir aulas virtuais é um desafio contínuo.

Fonte: ONU News

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