Hidróxido de alumínio na CoronaVac é inofensivo para crianças, diz Butantan
Substância é um adjuvante usado em diversos imunizantes e remédios e pode potencializar resultados.Além do vírus SARS-CoV-2 inativado, cada dose de CoronaVac, vacina do Instituto Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, contém outros ingredientes que contribuem para que o organismo tenha um desempenho ainda melhor contra a Covid-19. Essas substâncias, comumente usadas em todos os tipos de vacinas, são os chamados adjuvantes. Um dos adjuvantes da CoronaVac, e de imunizantes como o da hepatite B, é o hidróxido de alumínio, convencionalmente usado também em medicamentos, e que não apresenta qualquer risco de toxicidade nem causa magnetismo.
Com a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do uso da vacina do Butantan também em crianças e adolescentes a partir de seis anos, vale a pena relembrar: a quantidade de hidróxido de alumínio contida em cada dose de CoronaVac é inofensiva tanto para adultos, quanto para crianças.
A concentração da substância na vacina obedece o limite aprovado por órgãos reguladores internacionais e pela Anvisa, que é de 0,15 a 0,30 mililitros (ml) por cada dose de 0,5 ml. Isto a torna segura e incapaz de prejudicar um ser humano de qualquer idade ou condição física, conforme explica a diretora de inovação do Instituto Butantan e do Centro de Excelência para Descoberta de Alvos Moleculares (CENTD).
Composição da CoronaVac
A CoronaVac é feita com vírus inativado, uma das tecnologias mais tradicionais, estudadas e seguras de produção de imunizantes. Isso significa que a vacina contém o vírus SARS-CoV-2 inativado, incapaz de fazer mal à saúde, mas capaz de despertar uma resposta imune no organismo. Essa resposta imune vai ser acionada no futuro, se a pessoa vacinada entrar em contato com o vírus. Ou seja, o vírus inativado prepara o corpo para combater uma infecção futura.
Cada dose de CoronaVac, que é de 0,5 ml de líquido injetável, contém 600 SU do antígeno do vírus inativado SARS-CoV-2. SU é a sigla para SARS-CoV-2 Units, uma unidade de medida que se refere à quantidade de vírus inativado presente na vacina. Os demais ingredientes são hidróxido de alumínio, hidrogenofosfato dissódico, di-hidrogenofosfato de sódio, cloreto de sódio e água para injetáveis. Todas essas substâncias são excipientes – uma outra forma de se referir aos adjuvantes. Eles fazem parte da composição da vacina para ajudá-la a cumprir seu papel de proteção. Essas informações são públicas e podem ser consultadas na bula da CoronaVac.
O que são adjuvantes
De acordo com a Farmacopeia Brasileira (documento da Anvisa que estabelece os requisitos que os medicamentos devem seguir), os excipientes ou adjuvantes são “todas as substâncias adicionadas ao produto com a finalidade de melhorar a sua estabilidade ou sua aceitação como forma farmacêutica.” Eles têm a função de estabilizar e preservar o aspecto e as características físico-químicas da fórmula, podendo funcionar como diluentes, desintegrantes, aglutinantes, lubrificantes, conservantes, solventes, edulcorantes, aromatizantes, agentes doadores de viscosidade, veículo, agentes antioxidantes etc. Os excipientes são, em geral, terapeuticamente inertes, inócuos nas quantidades adicionadas e não devem prejudicar a eficácia terapêutica do medicamento.
Ou seja, os adjuvantes potencializam o trabalho da vacina de provocar uma resposta imunológica no organismo. Há medicamentos, inclusive, que são em si adjuvantes, como remédios que devem ser tomados junto com o tratamento principal para potencializar seus efeitos ou combater reações adversas.
Essa é a função do hidróxido de alumínio na CoronaVac: potencializar seu resultado. A quantidade contida no imunizante não é prejudicial ao organismo de nenhuma pessoa, seja criança, adulto ou idoso, e nem é capaz de magnetizar quem a recebe.
Fonte: Instituto Butantan