Infecção Cruzada de Covid-19 e Influenza: Tire todas as suas dúvidas
Ambas são infecções virais e também compartilham o mesmo foco de ação no organismoCoriza, dor no corpo, febre, dor de garganta. Todos esses são sintomas comuns à covid-19 e à influenza. E as semelhanças não param por aí: ambas são infecções virais e também compartilham o mesmo foco de ação no organismo, que é o trato respiratório superior - vias aéreas, como a cavidade nasal, os seios paranasais, a nasofaringe e a laringe - causando dificuldade para respirar na maioria dos casos. Dessa forma, é muito difícil diferenciar se tais sintomas dizem respeito a uma, a outra ou a uma infecção cruzada, em que a pessoa está com as duas doenças simultaneamente.
HISTÓRICO DA INFECÇÃO CRUZADA DE COVID-19 E INFLUENZA NO BRASIL
No Brasil, a primeira infecção cruzada foi diagnosticada em dezembro de 2021. Chamada de flurona pelo mundo, atingiu de bebês a adultos, mas sem casos com quadro graves até o momento.
Atravessar uma pandemia de covid-19 e uma epidemia de influenza - caracterizada pelo aparecimento de uma nova variante, a H3N2 - torna o cenário ainda mais complexo para identificar os casos. A combinação de dois fatores contribuiu para o aumento dos casos de infecção cruzada de Covid-19 e Influenza:
A ômicron, variante do coronavírus em circulação, é a mais contagiosa dentre todas as variantes da Covid-19, até o momento;
A vacina da gripe oferecida anualmente ainda não inclui a cepa H3N2 do vírus Influenza, que está circulando no momento.
Atenção: Manter o uso de máscaras, sobretudo na presença de outras pessoas e em ambientes fechados, e respeitar o isolamento quando apresentar sintomas gripais, é fundamental para ajudar a conter a propagação de ambas as infecções.
Confira abaixo as respostas às perguntas mais frequentes sobre infecção cruzada:
O QUE OCORRE COM O ORGANISMO DA PESSOA QUE FOI INFECTADA PELA COVID-19 E INFLUENZA AO MESMO TEMPO?
Os dois vírus têm como alvo as células do trato respiratório, mas não há um estudo microscópico responsável por apontar que ambos estão em uma célula específica, porque há centenas de milhares delas nos órgãos do sistema respiratório. Há também outro fator importante a ser destacado: mesmo com resultados positivos para os dois agentes, é muito comum que apenas um deles seja o protagonista. Desse modo, estar com uma infecção cruzada não significa que os dois vírus estejam causando danos ao organismo.
No entanto, por a covid-19 ser uma doença descoberta há pouco tempo e a coinfecção com a influenza ser um cenário recente, ainda não há uma base sólida em pesquisa e estudos científicos ou de literatura médica. Apenas com a referência dos casos que aconteceram, médicos acreditam que não há indicações de que a dupla infecção agrave o quadro clínico do paciente, resultando em maior risco de insuficiência respiratória.
É POSSÍVEL SE IMUNIZAR CONTRA COVID-19 E INFLUENZA AO MESMO TEMPO?
Sim. O Ministério da Saúde autoriza que ambas as vacinas sejam aplicadas no mesmo dia, sem intervalo, para maiores de 12 anos. Dessa forma, aqueles que forem aos postos de vacinação para tomar a primeira, segunda ou as doses de reforço contra a covid-19 poderá também receber outras vacinas do calendário do SUS, o que inclui a vacina da gripe.
Acredita-se que essa medida promova facilidade e incentive o cidadão a se proteger contra as doenças para as quais já existe vacina. A adesão às campanhas de vacinação é extremamente importante para a proteção de toda a população. E pode ficar tranquilo: a aplicação simultânea de diferentes vacinas é segura e efetiva, sendo uma prática recorrente no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
QUANTO TEMPO É NECESSÁRIO AGUARDAR APÓS UMA INFECÇÃO, PARA TOMAR AS VACINAS DA COVID-19 E INFLUENZA?
Indivíduos que testaram positivo para covid-19 devem aguardar quatro semanas (28 dias) após a confirmação para tomar nova dose da vacina de COVID-19.
Quando o quadro é de influenza, a recomendação é tomar a vacina assim que os sintomas passarem para que possa aumentar a proteção contra o vírus.
Para ambas as vacinas, quando estiver gripado, também é recomendável esperar que o quadro agudo com febre se resolva, e ela desapareça totalmente para seguir com a vacinação. Se for uma gripe ou resfriado sem febre, a vacinação pode ser realizada normalmente.
POR QUE É IMPORTANTE TOMAR A VACINA DA GRIPE MESMO QUE ELA NÃO OFEREÇA IMUNIDADE CONTRA A CEPA H3N2 QUE ESTÁ CIRCULANDO NO MOMENTO?
Há dois motivos:
Apesar de a vacina atual não conter a cepa específica de H3N2 Darwin, responsável pelo surto recente, discute-se que a vacina pode conferir algum grau de proteção a quem toma.
A vacinação também é a principal forma de evitar que novas cepas apareçam e causem manifestações mais graves da doença.
Por isso, é importante estar sempre com a carteira vacinal atualizada, de acordo com o calendário do Ministério da Saúde. Neste momento, a vacinação contra Influenza foi reiniciada para todas as pessoas a partir dos seis meses de idade. Podem ser vacinados todos os que não receberam o imunizante em 2021. Em breve, o Ministério da Saúde também deve iniciar a campanha de vacinação contra a gripe de 2022.
QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE OS TESTES DISPONÍVEIS PARA DIAGNOSTICAR A INFECÇÃO DA COVID-19 E INFLUENZA E PARA QUAIS CASOS SÃO INDICADOS?
TESTES PARA COVID-19
RT-PCR - é o mais sensível e específico, portanto, considerado como teste padrão ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele identifica a presença de material genético do coronavírus em amostras de secreção respiratória, colhidas nas mucosas do nariz ou da garganta, por meio de um cotonete estéril chamado de swab. É indicado para pessoas entre três e sete dias de sintomas e o resultado demora em média 24 horas.
Teste rápido de antígeno - realizado via swab nasal. Por meio da amostra de secreção coletada, identifica a presença de antígeno, substância estranha ao organismo. O resultado sai rapidamente, entre 15 e 30 minutos após a coleta. Por ser mais simples que o PCR e não demandar uma estrutura laboratorial, o exame tem baixo custo e é indicado para testagens em massa. No entanto, o teste rápido de antígeno tem menor sensibilidade.
Teste sorológico - feito com amostra de sangue, identifica os anticorpos da pessoa para o agente infeccioso específico. Por isso, não é indicado para quem quer detectar uma infecção ativa, uma vez que os anticorpos só são constatados duas semanas após a infecção.
TESTES PARA INFLUENZA
Testes rápidos para influenza A e B - Feito através da coleta de material via swab, o resultado saí em duas horas e tem baixo custo, porém sua sensibilidade é menor.
Teste molecular - pode ser realizado para detecção de Influenza A, inclusive identificando tipo de vírus. O resultado leva três dias para sair.
Pesquisa de vírus respiratório - é indicado para detectar um vírus dentro de um leque maior de possibilidades de agentes, como adenovírus, parainfluenza e vírus sincicial respiratório. O custo é baixo e o resultado é liberado após um dia.
Painel molecular de patógenos respiratórios - identifica tanto vírus como bactérias, detectando um número maior de agentes infecciosos. Possui alta sensibilidade e alto custo, e os resultados ficam disponíveis em um dia.
Atenção: a testagem é importante e indicada por especialistas, pois é fundamental para que o médico oriente o tratamento adequado e também o tempo de isolamento.
Fonte: Pfizer