Rio de Janeiro é o epicentro da nova variante no país, aponta boletim

Prefeito Eduardo Paes pediu urgência na entrega das vacinas
Por Redação

Foto: Eduardo Frazão/ Agência Brasil Prefeito Eduardo Paes
Prefeito Eduardo Paes
Foto: Eduardo Frazão/ Agência BrasilPrefeito Eduardo Paes
Prefeito Eduardo Paes

A cidade do Rio de Janeiro é, no momento, considerada o epicentro da variante Delta do novo coronavírus. A informação foi confirmada, nesta sexta-feira (13), pelo prefeito Eduardo Paes, durante a apresentação do 32º Boletim Epidemiológico da cidade.

O gestor fez um apelo público ao Ministério da Saúde para que seja dada atenção especial ao município, como aconteceu em outros casos de cidades que foram epicentro da crise sanitária em outro momento, como Manaus, em janeiro deste ano, e São Luís, em maio.

“O que aconteceu com todos os momentos em que esse epicentro esteve no Maranhão, em Manaus, no Rio Grande do Sul? Se entendeu que tinha que mandar mais doses para esses estados, equipamentos. Mandem mais doses para o Rio de Janeiro, porque neste momento o Rio de Janeiro é o lugar com mais casos de coronavírus no Brasil. Graças a Deus não está virando óbito, muito em razão da cobertura vacinal e da ação terapêutica da Secretaria de Saúde”, pediu ele.

O secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, informou que um documento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) enviado à Subsecretaria de Atenção à Saúde do estado solicita a abertura de mais leitos para tratamento de covid-19 na Baixada Fluminense. De acordo com Soranz, a prefeitura reabriu 60 leitos essa semana e vai abrir mais de acordo com a demanda.

“É um documento interno da Superintendência de Regulação estadual, cobrando a abertura de leitos na Baixada, do Hospital Ricardo Cruz, o hospital modular, colocando claramente que é importante que eles reforcem a estrutura de leitos. Os hospitais federais fecharam todos os leitos de covid e precisam reabrir, e estão compromissados a fazer isso agora ao longo desta semana”, informou.

De acordo com o secretário, a cidade tem pelo menos 180 pacientes internados com sequelas da covid-19 e sem previsão de alta. “Isso gera uma sobrecarga extra na rede. Então é muito importante que a rede federal e a rede estadual estejam preparadas para abrir o máximo de leitos possível e eles estão se planejando para isso”, disse.

Situação epidemiológica

De acordo com dados do Boletim Epidemiológico da prefeitura a busca pelo atendimento na rede de urgência e emergência do município teve um aumento discreto nos últimos dias, com um aumento de 10% nas internações. Os casos confirmados de covid-19 no município estão com aumento consistente nas últimas cinco semanas.

O número de mortes pela doença seguem com uma tendência de queda leve e estabilidade na última semana. Os casos de síndrome gripal aumentaram e os de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) estão praticamente estáveis. O secretário de Saúde alerta que a pandemia ainda não acabou e que as medidas restritivas estão mantidas.

“Estamos avançando na vacina, mas a gente tem um momento muito preocupante na cidade do Rio. A gente está em pleno inverno, com uma nova variante acontecendo, com o número de casos subindo na cidade. A pandemia não acabou, é muito importante que as pessoas respeitem as medidas restritivas, continuem usando máscara, preferir ambientes abertos, evitar janelas fechadas, se possível abrir as janelas do transporte público. Evitar qualquer tipo de exposição desnecessária”, ressaltou ele.

O prefeito Eduardo Paes disse que o plano de reabertura, anunciado para começar no início de setembro, está em stand-by, aguardando a evolução do quadro epidemiológico, para ser posto em prática ou adiado. A cidade permanece toda em situação de risco alto para a transmissão da covid-19 e a prefeitura não autorizou a presença de público nos estádios de futebol.