Desemprego mantém recorde de 14,7% no primeiro trimestre de 2021

Os dados são da Pesquisa Nacional Contínua por Amostra de Domicílios registrada em Junho deste ano
Por Redação

Foto: Helena Pontes / Agência de Notícias IBGE 14,8 milhões de pessoas procuram trabalho no Brasil
14,8 milhões de pessoas procuram trabalho no Brasil
Foto: Helena Pontes / Agência de Notícias IBGE14,8 milhões de pessoas procuram trabalho no Brasil
14,8 milhões de pessoas procuram trabalho no Brasil

De acordo com dados da Pesquisa Nacional Contínua por Amostra de Domicílios - PNAD, divulgada no mês de Junho, a taxa de desemprego no primeiro trimestre registrada no Brasil teve um recorde de  14,7% equivalente a 0,4 ponto percentual acima do trimestre encerrado em janeiro (14,2%).

“O cenário apontava estabilidade da população ocupada (85,9 milhões) e crescimento da população desocupada, com mais pressão no mercado de trabalho”, afirma Adriana Beringuy, analista da pesquisa, observando que a relação emprego-população (48,5%) ) permanece abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, o que indica que menos da metade da população em idade ativa está ocupada no Brasil.

Na comparação com o trimestre encerrado em abril do ano passado, quando se notaram os primeiros efeitos da pandemia, o mercado de trabalho ainda registra perdas de empregos, embora em ritmo menor. “Ainda registramos perdas expressivas na população ocupada (-3,7%), mas já tínhamos percentuais maiores, que chegavam a 12% no auge da pandemia. Portanto, estamos percebendo uma redução no ritmo de perdas a cada trimestre. No entanto, temos menos 3,3 milhões de pessoas trabalhando desde o início da pandemia ”, pesou o analista.

A maioria dos indicadores manteve-se estável no trimestre até abril, em relação ao anterior. Entre as categorias profissionais, apenas os trabalhadores por conta própria cresceram (2,3% ou mais 537 mil pessoas), somando 24,0 milhões. “Essa forma de inserção no mercado mostra um contingente maior agora do que em abril de 2020. Percebemos uma reação maior no trabalho autônomo do que no emprego com carteira de trabalho assinada no setor privado”, acrescenta Adriana Beringuy.

Os trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado permaneceram estáveis ​​em 29,6 milhões no trimestre. No entanto, a comparação anual mostrou redução de 8,1% ou menos 2,6 milhões de pessoas. Os empregados do setor privado sem carteira de trabalho assinada também permaneceram estáveis ​​(9,8 milhões). Foi registrada redução de 3,7% ou menos 374 mil pessoas em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A categoria de trabalhadoras domésticas foi estimada em 5,0 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, esse contingente de trabalhadores reduziu 10,4%, menos 572 mil pessoas. Os ocupados no setor público permaneceram estáveis ​​em 11,8 milhões.

O número de empregadores com CNPJ (3,1 milhões) manteve o recorde de menor contingente da série histórica iniciada no quarto trimestre de 2015, quando passou a ser apurada a diferença entre profissionais com e sem CNPJ.

A taxa de informalidade foi de 39,8% no trimestre até abril, o que equivale a 34,2 milhões de pessoas, e não apresentou variação significativa em relação ao trimestre anterior (39,7%). Há um ano, o contingente era de 34,6 milhões com taxa de 38,8%. Os trabalhadores informais são os trabalhadores sem carteira de trabalho assinada (seja no setor privado ou no domicílio), sem CNPJ (seja por conta própria ou por conta própria) ou não remunerados.

População subempregada cresce mais do que empregada

Outro destaque da pesquisa foi o aumento do número total de pessoas subempregadas, que são as desempregadas, as subempregadas por tempo ou a força de trabalho potencial. Esse contingente atingiu 33,3 milhões, o maior da série histórica comparável, um aumento de 2,7% com mais 872 mil pessoas. A taxa de 29,7% também foi recorde, uma variação de 0,7 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior (29,0%).

Beringuy observa que a população subempregada relacionada ao tempo tem aumentado desde o trimestre encerrado em outubro. O crescimento dos subempregados é superior ao da população ocupada. “Isso mostra que vem aumentando o número de trabalhadores que têm disponibilidade para trabalhar mais horas do que as habitualmente trabalhadas”, explica o analista.

Os desanimados, que desistiram de procurar emprego devido às condições estruturais do mercado, somaram 6,0 milhões de pessoas, mantendo-se estáveis ​​em relação ao trimestre anterior, embora tenham permanecido no nível mais elevado da série histórica.

Comércio reduz pessoal empregado

O contingente de ocupados também se manteve estável em todos os grupamentos de atividades, exceto comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que reduziu 2,3% (ou menos 373 mil pessoas) no trimestre encerrado em abril sobre o anterior. “O comércio é uma atividade que tende a não crescer nos trimestres encerrados em abril. Esse comportamento de retração do comércio é sazonal ”, explica Adriana Beringuy.

Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, apenas o grupamento da agricultura, pecuária, silvicultura, pesca e aquicultura aumentou o emprego (6,5% ou mais 532 mil pessoas). Os demais reduziram o contingente de trabalhadores: indústria geral (-4,3%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-6,7%), transporte, armazenagem e correio (-8,3%), habitação e alimentação (-17,7%), outros serviços (-13,9%) e serviços domésticos (-10,1%).

Rendimento médio dos trabalhadores segue estável

A pesquisa mostra ainda que o rendimento médio real dos trabalhadores foi de R $ 2.532 no trimestre encerrado em abril, mantendo-se estável em relação ao anterior. A massa salarial real, que é a soma de todos os rendimentos dos trabalhadores, também ficou estável, atingindo R $ 212,3 bilhões.

Mais sobre a pesquisa

A PNAD Contínua é o principal instrumento de acompanhamento da força de trabalho no Brasil. A amostra da pesquisa por trimestre corresponde a 211 mil domicílios pesquisados ​​no Brasil. Cerca de dois mil entrevistadores atuam na pesquisa em 26 estados e no Distrito Federal, integrados à rede de coleta de dados de mais de 500 órgãos do IBGE.

Por conta da pandemia Covid-19, o IBGE implantou a coleta de dados por telefone desde 17 de março de 2020. A identificação dos entrevistadores pode ser confirmada no site de Atendimento ao IBGE ou na Central de Atendimento (0800 7218181), verificando seus números de identificação , que pode ser solicitado pelos informantes.

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