Motoristas e cobradores de ônibus deflagram greve em Teresina
A Strans informou que 250 veículos alternativos foram contratados para substituir os ônibus.Os motoristas e cobradores do sistema de transporte público de Teresina, começaram uma greve na manhã desta segunda-feira (21). De acordo com o sindicato dos trabalhadores do transporte público (Sintetro), nenhum ônibus saiu das garagens na manhã de hoje. A informação foi confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).
A Superintendência de Transporte e Trânsito (Strans) informou que 250 veículos alternativos foram contratados para substituir os ônibus.
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O Setut informou que foi notificado pelo sindicato dos trabalhadores sobre a greve na última quinta-feira (17). Ainda segundo o Setut, a greve do transporte público afeta 180 mil pessoas que dependem do sistema para se locomover.
Por meio de nota o Setut afirmou que a Prefeitura de Teresina não cumpriu com acordos firmados no final de 2021, e isso impediu que houvesse um acordo entre as empresas e os trabalhadores.
Confira a nota na íntegra:
Empresas são notificadas da greve dos motoristas, mas querem manter os ônibus funcionando
A problemática do transporte público de Teresina vem se estendendo com diversos fatores que envolvem a Prefeitura, empresários e trabalhadores do setor. O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) recebeu na última quinta-feira (17) a notificação do Sintetro, em que informa a decisão de greve para a segunda-feira (21). O Consórcio SITT, através do SETUT, informa que as empresas querem manter o funcionamento dos serviços oferecidos, com o objetivo principal de atender as demandas dos passageiros, assegurando o direito de ir e vir dos cidadãos e trabalhadores teresinenses.
A falta de diálogo efetivo com a prefeitura, o não cumprimento por parte da prefeitura do acordo firmado em out/21 e a falta de objetividade dos gestores públicos em apresentar soluções para o transporte, tem prejudicado o sistema, e por consequência imediata, os clientes usuários dos transportes, que tanto necessitam dos serviços.
“O SETUT tem participado de mesas de negociações e propostas junto à Superintendência Regional do Trabalho no Piauí, buscando solucionar as demandas trabalhistas de motoristas e cobradores de ônibus. As empresas seguem cumprindo devidamente suas obrigações e o acordo firmado com a Prefeitura de Teresina, assumidas em outubro de 2021. Contudo, como a gestão municipal não tem cumprido, desde janeiro de 2021, com diversas obrigações contratuais, principalmente no tocante ao repasse das verbas necessárias à sobrevivência do setor, isso tem inviabilizado por completo qualquer possibilidade de haver acordo trabalhista para com seus colaboradores", disse Naiara Moraes, consultora jurídica do SETUT.
Segundo a entidade, os valores calculados que resultaram em um total de R$ 71.950.946,51 são referentes aos prejuízos acumulados de jan/21 até fev/22, e que são extremamente necessários para garantir a manutenção dos compromissos financeiros e operacionais do setor. Naiara Moraes reafirma que as empresas defendem a manutenção da frota operante e que a Prefeitura possa fazer algo urgente para que a greve não aconteça.
"Criadas ainda em outubro do ano passado, duas comissões especiais formadas pela Prefeitura de Teresina para encontrar soluções para o transporte coletivo da Capital, sendo uma para a bilhetagem eletrônica e outra para analisar alternativas financeiras, nunca deram posição quanto aos assuntos, enquanto a população segue enfrentando sozinha os problemas gerados pela crise do transporte público. As empresas de transporte seguem a disposição para um diálogo claro e resolutivo, estando aptas para prestar os serviços com qualidade e de forma a atender às necessidades da população. Defendemos a não realização da greve anunciada e sim ao acordo entre as partes envolvidas”, conclui a advogada.