Relatório da ONU diz que 50% das gestações no mundo não são planejadas
O Estado da População Mundial 2022 é divulgado pelo UnfpaO relatório “O Estado da População Mundial 2022”, divulgado esta terça-feira por uma agência ONU, mostra que metade das gravidezes no mundo, ou 121 milhões por ano, não são planejadas.
Segundo o Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, “para as mulheres e meninas afetadas, sequer existe a escolha entre engravidar ou não”. O relatório da agência disse que essa é uma “crise global de gravidez não intencional”.
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Mudança de vida
Mais de 60% dessas gravidezes acabam em aborto e 45% deles não são feitos de forma segura. A diretora do Escritório do Unfpa em Genebra, Mónica Ferro, disse à ONU News que os dados são “chocantes”.
“É uma crise invisível que se desenrola perante os nossos olhos. É um custo insuportável para as pessoas e para o mundo. Uma em cada duas gestações ocorre no corpo de pessoas que não escolheram deliberadamente a gravidez ou a maternidade, que não estavam abertas à perspectiva de ter uma criança naquele momento, com aquele companheiro, naquela circunstância. Para essas mulheres, a escolha reprodutiva que mais altera as suas vidas – engravidar ou não – não é uma escolha de todo. E essa é uma questão pessoal, uma questão de saúde, uma questão de direitos humanos, uma questão de desenvolvimento e também uma questão humanitária.”
Métodos anticoncepcionais
Segundo Mónica Ferro, vários fatores estão relacionados à gravidez não planejada: pobreza, níveis baixos de escolaridade, participação no mercado de trabalho e exposição à violência.
A diretora do Escritório do Unfpa em Genebra menciona ainda a falta de uso de anticoncepcionais e pede mais investimento em igualdade de gênero.
O Unfpa lembra que em todo o mundo, 257 milhões de mulheres que desejam evitar uma gravidez não estão utilizando métodos modernos e seguros de contracepção.
Além disso, em países onde existem dados disponíveis, quase um quarto das mulheres não consegue dizer “não” a uma relação sexual.
A agência da ONU observa, no entanto, que “uma gravidez não intencional não significa uma falha pessoal” e pode acontecer devido à falta de autonomia permitida pela sociedade.
O Unfpa aproveita o lançamento do relatório para pedir “aos legisladores, líderes comunitários e todos os indivíduos para empoderarem as mulheres e meninas para fazerem escolhas afirmativas sobre sexo, contracepção e maternidade.”