Relatório revela quem são as maiores vítimas de tráfico humano no Brasil

Novo relatório do Escritório das Nações Unidas revela quais grupos são mais vulneráveis
Por Redação

Foto: Clem Onojeghuo/Unsplash O estudo busca compreender melhor questões relativas ao tráfico de pessoas em conexão com esses fluxos
O estudo busca compreender melhor questões relativas ao tráfico de pessoas em conexão com esses fluxos
Foto: Clem Onojeghuo/UnsplashO estudo busca compreender melhor questões relativas ao tráfico de pessoas em conexão com esses fluxos
O estudo busca compreender melhor questões relativas ao tráfico de pessoas em conexão com esses fluxos

Um novo relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime revela que mulheres, crianças e adolescentes; e população LGBTQI+ estão entre os grupos mais vulneráveis ao tráfico de pessoas. O relatório foi apresentado na última quarta-feira(30) e analisou dados quantitativos e qualitativos com o objetivo de melhor compreender questões relativas ao tráfico de pessoas e fluxos migratórios no Brasil.

No documento, são apresentadas informações sobre a dinâmica do crime, o perfil das vítimas e a resposta do sistema de justiça no país. Foram consultados 136 profissionais de 99 diferentes instituições, cobrindo 22 unidades federativas do país.

Vulnerabilidades pessoais

 Entre as suas principais conclusões, o documento aponta que ser membro da população LGBTQI+ é um fator que aumenta a vulnerabilidade ao tráfico de pessoas no contexto de fluxos migratórios mistos. Segundo os profissionais entrevistados, os grupos mais vulneráveis ao tráfico de pessoas, nesse contexto, são: mulheres, crianças ou adolescentes desacompanhados ou separados; crianças e adolescentes; e população LGBTQI+.

Vulnerabilidades contextuais

 Com base nas consultas realizadas, o relatório alerta que a falta de uma ocupação é o principal fator de risco contextual para a vitimização de migrantes e refugiados ao tráfico de pessoas, em especial de venezuelanos. Além disso, outros principais fatores de risco incluem: a falta de acesso à moradia, à alimentação, à informação e a serviços de assistência social, educação e saúde.

Setores e finalidade da exploração

 A publicação destaca que os setores da economia formal ou informal em que venezuelanos podem estar sendo explorados são, principalmente, o trabalho doméstico, a agricultura e fazendas familiares, e o setor de serviços.

Sessão de Abertura 

Segundo o secretário nacional de Justiça, Claudio Panoeiro, “a parceria da Secretaria Nacional de Justiça com o UNODC é fundamental para a compreensão da realidade sobre o tráfico de pessoas no país e para a formulação de políticas públicas”. 

Para a diretora do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, Elena Abbati, nos últimos anos, observou-se um fluxo migratório com destino a diversos países da região, incluindo o Brasil, e percebeu-se a necessidade de melhor compreender questões relativas ao tráfico de pessoas em conexão com esses fluxos. A compreensão do fenômeno com pesquisa e análise baseadas em evidências é essencial para abordar esse problema crescente.

“Este relatório situacional se insere nesse contexto, trazendo informações sobre a dinâmica do crime, o perfil das vítimas e a resposta do sistema de justiça”, ressaltou.

Já o conselheiro político da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Willard Smith, mencionou a importância do trabalho realizado pelo UNODC na coordenação com as autoridades nacionais em Tráfico de Pessoas.

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