Relatório revela quem são as maiores vítimas de tráfico humano no Brasil
Novo relatório do Escritório das Nações Unidas revela quais grupos são mais vulneráveisUm novo relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime revela que mulheres, crianças e adolescentes; e população LGBTQI+ estão entre os grupos mais vulneráveis ao tráfico de pessoas. O relatório foi apresentado na última quarta-feira(30) e analisou dados quantitativos e qualitativos com o objetivo de melhor compreender questões relativas ao tráfico de pessoas e fluxos migratórios no Brasil.
No documento, são apresentadas informações sobre a dinâmica do crime, o perfil das vítimas e a resposta do sistema de justiça no país. Foram consultados 136 profissionais de 99 diferentes instituições, cobrindo 22 unidades federativas do país.
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Vulnerabilidades pessoais
Entre as suas principais conclusões, o documento aponta que ser membro da população LGBTQI+ é um fator que aumenta a vulnerabilidade ao tráfico de pessoas no contexto de fluxos migratórios mistos. Segundo os profissionais entrevistados, os grupos mais vulneráveis ao tráfico de pessoas, nesse contexto, são: mulheres, crianças ou adolescentes desacompanhados ou separados; crianças e adolescentes; e população LGBTQI+.
Vulnerabilidades contextuais
Com base nas consultas realizadas, o relatório alerta que a falta de uma ocupação é o principal fator de risco contextual para a vitimização de migrantes e refugiados ao tráfico de pessoas, em especial de venezuelanos. Além disso, outros principais fatores de risco incluem: a falta de acesso à moradia, à alimentação, à informação e a serviços de assistência social, educação e saúde.
Setores e finalidade da exploração
A publicação destaca que os setores da economia formal ou informal em que venezuelanos podem estar sendo explorados são, principalmente, o trabalho doméstico, a agricultura e fazendas familiares, e o setor de serviços.
Sessão de Abertura
Segundo o secretário nacional de Justiça, Claudio Panoeiro, “a parceria da Secretaria Nacional de Justiça com o UNODC é fundamental para a compreensão da realidade sobre o tráfico de pessoas no país e para a formulação de políticas públicas”.
Para a diretora do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, Elena Abbati, nos últimos anos, observou-se um fluxo migratório com destino a diversos países da região, incluindo o Brasil, e percebeu-se a necessidade de melhor compreender questões relativas ao tráfico de pessoas em conexão com esses fluxos. A compreensão do fenômeno com pesquisa e análise baseadas em evidências é essencial para abordar esse problema crescente.
“Este relatório situacional se insere nesse contexto, trazendo informações sobre a dinâmica do crime, o perfil das vítimas e a resposta do sistema de justiça”, ressaltou.
Já o conselheiro político da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Willard Smith, mencionou a importância do trabalho realizado pelo UNODC na coordenação com as autoridades nacionais em Tráfico de Pessoas.