Sem comida nem tratamento médico situação em Gaza é crítica segundo ONU
Abrigos operam quatro vezes acima da capacidade e as pessoas fazem fila no frio e na chuvaOs combates na Faixa de Gaza têm sido “particularmente intensos” na cidade de Khan Younis, no sul. É o que dizem os profissionais humanitários da ONU nesta segunda-feira 29.
De acordo com a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, os seus abrigos estão agora quatro vezes acima da capacidade e as pessoas fazem fila no frio e na chuva para conseguir suprimentos essenciais. Combates perto de hospitais prejudicam acesso a tratamentos; anúncios de cortes de financiamento para maior agência de assistência no local podem agravar colapso da operação humanitária.
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A entidade ressaltou ainda que “simplesmente não há comida suficiente”, com pessoas fazendo fila na chuva e no frio para obter suprimentos de ajuda.
Em sua última atualização da situação, o Escritório de Coordenação de Ajuda da ONU, Ocha, relatou intensos combates em Khan Younis, perto de dois hospitais.
O primeiro é Nasser, onde segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, muitos pacientes feridos “não têm opções de tratamento em meio aos intensos combates” e o segundo é o Al Amal, onde a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino relatou bombardeios contínuos nas imediações.
De acordo com o Ocha, há também relatos de palestinos fugindo para o sul, para Rafah “que já está superlotada, apesar da falta de passagem segura”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou aos países que suspenderam o financiamento à Unrwa para reconsiderarem as suas decisões, para pelo menos garantirem a continuidade das operações humanitárias que são vitais para a população em Gaza. Segundo agências de notícias, os países que anunciaram o corte de financiamento são Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, Alemanha, Itália, Holanda, Suíça, Finlândia, Estónia, Japão, Áustria e Romênia.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros, disse no domingo que cortar o financiamento para a Unrwa “só prejudicará o povo de Gaza”.
Os palestinos sitiados no enclave enfrentam a ameaça iminente de fome, doenças e deslocamentos após quase quatro meses de bombardeios israelenses, provocados por ataques terroristas liderados pelo Hamas que deixaram cerca de 1,2 mil mortos e mais de 250 pessoas reféns.