Caatinga ganha plataforma de inteligência e análise de dados
A Embrapa acaba de lançar o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (SITE) do Bioma CaatingaA Embrapa acaba de lançar o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (SITE) do Bioma Caatinga. Disponível para acesso gratuito no Portal Embrapa, a plataforma apresenta mapas e gráficos com dados sobre as características naturais da região, a situação agrária, a produção agropecuária, a infraestrutura para produção e processamento e as condições socioeconômicas em 1.130 municípios.
Tal como os demais SITEs gerados pela Embrapa, uma plataforma para a Caatinga apresenta cinco quadros de informações: natural, agrário, agrícola, infraestrutura e socioeconômico. O analista da Territorial André Rodrigo Farias conta que, em todos esses quadros gráficos, o usuário consegue interagir com os painéis, selecionando regiões, períodos e outras variáveis, para gerar mapas e customizados. “O usuários constrói suas próprias leituras a partir da visualização dos seus leituras de interesse”, resumo.
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Quadro a quadro
Embora as cinco dimensões principais sejam as mesmas de outros SITEs, como prioritárias em cada um deles são considerados a cada produto. Ao acessar o Quadro Natural Caatinga, o primeiro mapa exibido é o índice aridez, ao lado de gráficos com as médias hidrográficas de visualização de temperatura e balanço hídrico. “São indicadores relevantes para o planejamento dos sistemas de produção, auxiliando na definição dos períodos de plantio e da cultivar em cada área”, lembra Farias. Ainda não há dados disponíveis sobre o perfil de relevo, as características de solo e as mudanças naturais observadas nas últimas décadas.
O quadro Agrário apresentou dados, localização e categoria, nome da Unidade de Conservação, Terra Indígena e Comunidade Quilombola da Caatinga. Para cada tipo, mostram uma evolução histórica do número de áreas legalmente atribuídas ao longo dos anos, bem como do território a elas designado. Os assentamentos rurais, 2.136 no total, são a categoria mais numerosa. Como unidades de conservação, contudo, ocupam uma área maior: 8,6 milhões de hectares.
No quadro socioeconômico, os dados foram organizados em três dimensões: o município, o estabelecimento e o produtor. O painel mostra, por exemplo, que 68% dos estabelecimentos agropecuários da Caatinga declararam ao Censo de 2017 utilizando uma produção própria ou familiar. “Mas isso tem uma dinâmica regional”, ressalva o analista da Embrapa. No painel é possível verificar que, por exemplo, 9 painel próprio, para fornecimento; em Palmeira (PI), ocorre o oposto e quase todos têm na resistência o destino das colheitas e da produção animal.
No Quadro Socioeconômico do SITE Caatinga, o usuário também pode descobrir quais são as principais despesas dos estabelecimentos agropecuários da região. Sobre o perfil dos produtores, a plataforma apresenta dados de sexo, cor, raça, escolaridade e idade, entre outros. “Observamos que, na Caatinga, 23,7% dos produtores rurais declara ter mais trabalho de 60 anos”, o que sugere que pode haver um problema geracional e que seja preciso um programa de sucessão familiar no campo comenta Farias.
A diversidade agropecuária da Caatinga está retratada no Quadro Agrícola, com uma série histórica de mais de 90 produtos. No mapa, é possível visualizar a produção de cada um deles, de 2013 a 2020 - do sisal aos caprinos, da mandioca à soja. Há, ainda, um segundo mapa, com uma análise de concentração desses produtos, e dados de áreas cultivadas, produção e produtividade. Um estudo sobre o tema, disponível na plataforma, faz um levantamento também histórico, avaliando como mudanças na concentração espacial de 74 produtos agropecuários, de 1990 a 2017. “Quanto maior o nosso conhecimento do território e das características da agropecuária, melhores serão as decisões que tomaremos futuramente, seja na esfera pública ou privada. Na espacialidade em que se estuda como a produção se concentra, como ela se deslocam e quais as tendências,
Dia da Caatinga
Lançado na semana do Dia Nacional da Caatinga (28/04), o produto é fruto de um convênio entre a Embrapa Territorial (SP), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ( Mapa ) e o Banco do Nordeste , por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci). Um dos objetivos do sistema foi proporcionar dispositivos auxiliares para o AgroNordeste ( veja quadro abaixo ), programa do Mapa para evolução o desenvolvimento do meio rural da região.
* Fonte: Embrapa