Lula promete reduzir filas do INSS ao sancionar nova lei

Nova norma permite avaliação médica remota em casos de requerimento de BPC da pessoa com deficiência
Por Redação

Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.724 que amplia o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS) até 14 de agosto de 2024 e regulamenta e autoriza o uso da telemedicina e do Atestmed nos casos de benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença). A lei também estende a avaliação médica remota e a análise documental para requerimentos de Benefício de Prestação Continuada (BPC) da pessoa com deficiência.

"O Ministério da Previdência Social fica autorizado a utilizar a tecnologia de telemedicina na perícia médica federal em municípios com difícil provimento de médicos peritos ou com tempo de espera elevado", diz o artigo 12 da lei.

No artigo 13, que trata de benefícios por incapacidade, a nova lei altera a de número 8.213, de 24 de julho de 1991, que passa a vigorar da seguinte forma: "O exame médico-pericial poderá ser realizado com o uso de tecnologia de telemedicina ou por análise documental conforme situações e requisitos definidos em regulamento".

Já o artigo 14 altera a lei 8.742/93 (da Lei Orgânica da Assistência Social) e o artigo 15 muda a lei 13.146 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Com isso, a análise documental poderá ser utilizada na avaliação médica nos pedidos de BPC.

"O exame médico-pericial componente da avaliação biopsicossocial da deficiência de que trata o § 1º deste artigo poderá ser realizado com o uso de tecnologia de telemedicina ou por análise documental conforme situações e requisitos definidos em regulamento", diz a nova redação do artigo 15.

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pontua que já existiam normas de atendimento geral em telessaúde (Lei 8.213/91 e a Portaria 673, que regulamenta seu uso no âmbito do INSS), mas a aplicabilidade da telemedicina no caso de perícias médicas ainda carecia de uma norma legal, e a Lei 14.724 pacifica o assunto ao criar regras e normas para esse tipo de atendimento.

"A telemedicina vem para somar esforços para reduzir a fila da perícia médica, assim como o Atestmed tem auxiliado na entrega de direitos aos segurados", avalia o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

Projeto-piloto

No ano passado o instituto fez um projeto-piloto para testar a teleperícia e os resultados foram positivos: 400 teleatendimentos médicos foram realizados. Em 94% deles, os médicos conseguiram formar diagnóstico e tomar decisão - de concessão ou não do benefício. Em apenas 6% dos casos o requerente foi encaminhado ao exame presencial.

"O projeto-piloto já mostrou a eficácia da teleperícia, agora é implementar o modelo de atendimento e trazer a fila de requerimentos para dentro do prazo legal, que são 45 dias", diz Stefanutto.

O presidente do INSS pontua que mensalmente entram de 900 mil a 1 milhão de requerimentos por mês, com a telemedicina a respostas a esses requerimentos tende a ser mais rápida.

Tecnologia como aliada

"A teleperícia e as tecnologias similares podem ser aliadas do INSS na missão de redução da fila. Embora existam casos mais complexos, em que é preciso o exame presencial, a avaliação remota pode ser usada para desafogar outros tantos pedidos de benefício de menor complexidade. A medida ajudará muito no represamento de concessões e revisões de benefícios que dependem de exame médico-pericial", afirma o advogado Rômulo Saraiva, especialista em Direito Previdenciário.

A presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante, avalia que "a teleperícia tem os seus benefícios, principalmente porque o Brasil tem dimensão continental e muitas agências (da Previdência) não têm médicos peritos".

"O atendimento remoto pode ajudar nos casos em que o segurado precisaria se deslocar para fazer o exame. Muitas vezes as pessoas estão acamadas, com dificuldade de locomoção ou sem condições financeiras para pegar um transporte", diz Adriane, que acrescenta: "Assim como avançamos nos processos judiciais, que hoje são digitais, precisamos avançar na telemedicina".

Fonte: INSS

Fonte: inss

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